quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Opiniões sobre o texto de Loureiro

Na pesquisa apresentada por Loureiro, é apresentada a rotina de uma professora que trabalha em uma escola pública e uma escola particular da zona sul do Rio de Janeiro.

Dessa experiência, a autora define a identidade docente como uma "identidade mediadora". Vigotsky também costuma usar esse termo sobre a tarefa docente: o professor faria a mediação entre o aluno, a informação e o conhecimento.

E pra você: qual seria a identidade docente?

5 comentários:

Unknown disse...

O texto de Maria Bastos Loureiro relata a vida de uma professora que convive com duas realidades dem diferentes. Ela entrevistou uma professora que possui capital cultural e social bem desenvolvidos e que trablha na construção da conduta de crianças muito pobres e crianças de classe média a alta. Durante o texto fica visível a diferença com que cada grupo aprende o que a professora ensina, ressaltando que ele tenta usar dos mesmos artifícios para os dois grupos, mas os recursos para isso são bem distintos de uma escola para outra. Por isso, seu intento fica comprometido uma vez que cada escola possui diferenças expressivas de disponibilidade de material de trabalho. Na escola municipal, na favela, o compromisso com o bem estar e os recursos para o desenvolvimento educacional dos alunos é muito pequeno. Enquanto que na escola particular, em uma bairro da zona sul do Rio, o conjunto de material para o desenvolvimento do trabalho da professora consegue atender as necessidades para a realização de um trabalho de boa qualidade. A preocupação com a estrutura física da escola com o planejamento das aulas e com um projeto político pedagógico se dá de forma madura e com melhores recursos na escola particular do que na pública. A luta travada pela professora entrevistada por Loureiro é de querer transformar a realidade das crianças da favela e poder dar lhes uma formação mais justa e igualitária. Dando, dessa forma um capital social e cultural dignos a essas crianças para que elas possam se relacionar de forma mais equilibrada com crianças de outros grupos sociais com melhor acesso a cultura e a educação. Contudo, a superação desequilíbrio social e cultural com o qual convivemos na sociedade moderna não é papel único e exclusivo da escola, ou seja, da educação dada pelo professor. Ela, segundo Loureiro, é apenas um dos elementos de transformação dessa realidade. O papel fundamental para a transformação dessas desigualdades é realizado pela família. Segundo Bourdieu, a transmissão doméstica do capital cultural se sobrepõe a noção de dom ou de aptidão das crianças para o estudo. Por isso, ao meu ver, não se deve por toda a esperança de melhora da formação da sociedade na educação escolar, mas sim como um dos caminhos a sua superação.
Aluna Renata Brum de Castro
Pratica de Ensino I

Kelly Russo disse...

Obrigada, Renata! Fica realmente forte no texto, a vivência da professora que tenta manter a mesma qualidade de suas aulas, nos dois contextos de ensino.
Gostaria de chamar atenção sobre como ela tenta criar "pactos" com os alunos, apresentando já no início da aula, os objetivos que pretende alcançar e negociar com eles os temas e atividades pensadas para cada dia.
Interessante perceber como as crianças das duas escolas, apesar das diferenças sociais, participam dessa negociação.

Kelly Russo disse...

Pensando na teoria da reprodução de Bourdieu, onde o capital cultural é reproduzido ja na vida familiar, sendo transferível (de pais para filhos) e durável (uma bagagem cultural presente em toda a vida desses jovens).
Se é assim, a escola para nada serve (somos impotentes em um cenário de pura reprodução!).
Mas o que acontece então, quando conhecemos histórias de pessoas autodidatas, ou que não tem na família exemplos de educação escolar, mas desempenham papéis brilhantes na vida acadêmica ou política?

Unknown disse...

A identidade docente, para mim, concordando com os autores citados, é a de mediação. Loureiro cita em seu texto Kushnir, quando este expõe que o professor é o responsável por estabelecer a comunicação entre seus alunos e o mundo social, sendo agente transformador. Essa é a função da identidade doscente, procurar contribuir para a troca, a mediação social e cultural entre diferentes mundos.

Unknown disse...

*identidade docente